quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Sentimento do Mundo"


Vivi e pensei. O tempo passou como um rato na sala e agora que estou prestes a apagar meu bolo de 75 velas, o que não é propriamente um bolo, é um incêndio, tive vontade e até a necessidade de reunir toda a minha filosofia. Se é que isso pode ser chamado assim. Tinha um livro que eu escrevi moço, tinha filosofia nas peças, nos filmes, etc, e eu queria juntar tudo para fazer um espetáculo. De teatro, que é de teatro que eu gosto.
Assim fiz. Quando olhei o material, vi que ia dar um espetáculo de 4 horas de duração. Ou, cortando muito, 3. Não gosto de espetáculos longos. Em geral, me dão sono. De modo que só tive um jeito: Dividir em três espetáculos curtos, fazer uma trilogia. Sentimento do Mundo. Um divertimento sobre o pensamento de Domingos Oliveira. Ou melhor, um manual de auto ajuda para rebeldes. O negócio começava a ficar bom. Três partes. A primeira os senhores verão esta noite. Preocupa-se com a condição humana e com a sociedade que derivou dela. A segunda trata apenas do amor. A terceira da transcendência, do mistério e da arte. Dividi assim, como poderia ter dividido de qualquer outro modo. É minha filosofia. Que os jornais muitas vezes disseram ser uma filosofia de botequim. Mas nunca ninguém me deu o endereço do botequim, eu gostaria tanto de ir lá!

E as canções, o que tem a ver com a filosofia? Não sei. E nem quero saber. Filosofar, em geral, entristece. Canções, em geral, alegram. Um homem triste que se alegra fica com vontade de ir para a noite e se divertir. Então, sempre me pareceu uma boa fórmula. E as músicas clássicas que adoro. Ponho as mesmas em todos os filmes e peças, imitando Buñuel, que disse que música é uma coisa tão importante num filme que ele sempre bota a mesma.

Mas por outro lado, sou um cineasta, um homem de imagens. E no teatro tinha projetor. De modo que eu achei que botar umas imagens ia ser bom. Que isso tudo resultaria numa espécie de retrato Polaroid da minha paisagem interior, uma biografia interna. Gostei. Assim sendo, aqui estou eu. Sem nada nos bolsos nem nada nas mãos. Acompanhado de um bom grupo de amigos, que vai me ajudar a fazer esse monólogo.

Se vocês gostarem, mandem amigos. Eles vão querer saber o endereço do teatro. É fácil de decorar. Ele fica no Flamengo, que é um bairro do Rio de Janeiro, cidade do Brasil, país da América do Sul, continente este que faz parte do planeta Terra, que gira em torno da estrela maior chamada sol, segundo os astrônomos, situado na beira de uma insignificante galáxia. E nós que estamos aqui reunidos, nunca mais nos reuniremos de novo. Não sei se já pensaram nisso. De modo que este é um momento único e insubstituível.


---ESTRÉIA DIA 15 DE ABRIL, PRIMEIRA PARTE DA TRILOGIA
DA CONDIÇÃO HUIMANA E DA SOCIEDADE GERADA POR ELA

---ESTRÉIA DIA 22 DE ABRIL, SEGUNDA PARTE DA TRILOGIA
DO AMOR

---ESTRÉIA 29 DE ABRIL, TERCEIRA PARTE DA TRILOGIA
DE DUES, DO MISTÉRIO E DA ARTE


Teatro Oi Futuro Flamengo
Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo
Informações: 031 (21) 3131.3060

Sextas, sábados e domingos às 19h30.