O acontecimento do Natal é, sem dúvidas, aquela deusa que apareceu ao lado do Rei, cantando e deixando cantar, tão estrela quanto ele. O nome é Paula Fernandes. Ela é uma profissional. Do encanto. Tenho vontade de escrever um personagem assim, com esse poder. Mulheres que não querem ser desejadas, elogiadas, querem ser amadas. Não querem homens que gostem delas, apaixoná-los todos, é o mínimo. Numa primeira versão moralista, a história não teria um happy end. A “alumette” (aquela que acende o fogo, palavra que não existe em português) acabaria queimada por ele, como aquela história horrível de um livro da minha infância, da menina que caía no lago e gritava para mãe “socorro, estou me afogando!” para depois, diante da mãe aflita, ficar às gargalhadas. Até o dia que era verdade, ela gritou e a mãe não veio, porque não acreditou. Mas a alumette é uma figura da glória da vida. Todo mundo se perguntava: “Será que o Rei está comendo aquela maravilha, provando mais uma vez a sua realeza”? Talvez, não importa. A Paula é linda. E isso basta.
Mas o Roberto... Não é só a dor na perna. Ele está triste, triste de não ter jeito, como diz o poeta. Tem uma extrema melancolia inexorável de quem viveu uma bela vida e agora envelheceu.
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